Lisboa poupa na energia
A energia gasta pelo Hospital de Santa Maria, em Lisboa, equivale ao consumo da cidade de Beja. E se a unidade hospitalar poupar 20 por cento, a redução será equivalente aos gastos do Fundão. Trata-se de uma iniciativa do Banco Europeu de Investimento (BEI), que disponibiliza uma linha de crédito até 36 milhões de euros para as empresas que ajudem o desempenho dos organismos públicos. A ADENE vai identificar quais os organismos que estão a desperdiçar energia. As empresas energéticas candidatam-se à linha de crédito através de concurso público e, se forem seleccionadas, fazem alterações nos edifícios, com vista à poupança energética. Segundo o director-geral, a verba poupada pelo organismo com a implementação de medidas de eficiência energética é “partilhada durante três ou quatro anos” com as empresas do sector energético. “As empresas têm de ter o seu investimento remunerado”, justifica. Depois da saída da empresa do projecto, o organismo público fica com o investimento feito. As mudanças vão desde troca de iluminação a colocação de painéis solares. A iniciativa a três anos arrancou a 15 de outubro. O primeiro ano será dedicado à selecção e montagem dos concursos, o segundo vai focar-se na implementação do projecto e o terceiro na monitorização. E porquê a administração pública? “É uma área com um enorme potencial para eficiência energética, mas onde tipicamente ou não há competência ou não há capacidade técnica de preparação dos contratos para irem a concurso”, explica. De acordo com dados da Direcção Geral de Energia e Geologia, o sector dos serviços é responsável por 11,4 por cento do consumo energético em Portugal. Lisboa e Vale do Tejo foi a região escolhida porque as outras já têm acesso a linhas de financiamento ou apoios para projectos de eficiência energética. “Lisboa e Vale do Tejo é considerada uma região rica, mas onde existem muitos edifícios da administração pública, grandes consumidores de energia. Tipicamente ficava um buraco negro nesta matéria”, esclarece. Filipe Vasconcelos refere ainda que o programa ELENA têm obrigatoriamente de ser regional, mas antevê que no futuro possa ser alargado a outras zonas: “Damos à administração pública um método e uma forma de montar um caderno de encargos que pode depois ser devidamente ajustado e replicado”. EE / Sol |